EM 1919, A INTENDÊNCIA MUNICIPAL OFERECEU À IGREJA METODISTA A PRAÇA BOA VISTA, LOCALIZADA NO DISTANTE BAIRRO BOQUEIRÃO, PARA A CONSTRUÇÃO de uma escola. O rev. Jerônimo Daniel antecipou-se à construção e iniciou as atividades escolares num improvisado chalé de madeira junto ao pequeno templo central, na Rua Bento Gonçalves, já em 1920. Com 121 alunos (63 meninos e 58 meninas), a nova escola quebrava dois paradigmas: sistema misto e orientação metodista em cidade de pronunciada influência da Igreja Católica Romana. Mary Deckard, professora na Universidade do Texas, EUA, soube das dificuldades financeiras para construir a escola e liderou campanha para obtenção de fundos entre os alunos daquela instituição. A resposta foi imediata e os majestosos edifícios Texas (na Av. Brasil, com 11 salas de aula, biblioteca, grêmio literário, salão nobre, secretaria e administração) e Jerônimo Daniel (internato para 50 meninos, salas de estudo, refeitório, localizado na esquina das ruas Paissandu e Cel. Miranda) foram inaugurados em fevereiro de 1923, graças ao trabalho do rev. Daniel Lander Betts e do prof. Germano Peterson. Estava instalado o Instituto Gymnasial, uma tradição de ensino, esporte e cultura, que atraía alunos de toda a região. A Olimpíada dos Colégios Metodistas do Rio Grande do Sul, por exemplo, é considerada a mais antiga do Brasil e iniciou em 1928, quando três reitores de escolas metodistas reuniram-se pela primeira vez para estimular "a mente sã e o corpo forte": Jesse Moreland (Porto Alegre), Eugene Chesson (Passo Fundo), e William R. Schisler (Uruguaiana).
O prédio Lucita Werner e a "vila" Francisca Betts foram inaugurados em 1937 sob a direção do mítico rev. William Richard Schisler, um reitor celebrado por todas as gerações de ienses. Em agosto de 1943, passou a se chamar de "Colégio José Bonifácio do Instituto Educacional de Passo Fundo". Em 1963, a nova denominação é "Instituto Educacional de Passo Fundo". O prédio de laboratórios Daniel Betts foi inaugurado em 1975 sob a direção do rev. Prócoro Velásquez Filho, Armando Rezende (conselho diretor) e bispo Sady Machado. O prédio Armando Rezende foi inaugurado em abril de 1977. O Ginásio de Esportes William R. Schisler, que substituiu o imemorável pavilhão de madeira demolido em 1976, foi inaugurado em abril de 1981 sob a direção do prof. Elmo Farias de Albernaz. A direção do IE também se preocupou com o bem-estar dos seus professores e funcionários; muitos deles receberam moradia nas vizinhanças do colégio, um significativo agregado econômico. Por fim, em 1996, passou a denominar-se Instituto Educacional de Passo Fundo da Igreja Metodista.
Mais do que construir prédios e trocar de razão social, o IE é lembrado pela excelência dos seus reitores, pela obstinação na arte de ensinar dos seus professores e pelo amor à escola dos seus funcionários.
O idealismo de William Richard Schisler. O cheirinho do pão-com-molho do "seu Ervino". A inflexibilidade das ordens do "seu Kneipp", no internato, e do Oscar Carvalho na secretaria. o orgulho em falar do ie pelos diretores Eduardo Gustavo e Adyles Otto em frente ao prédio Dallas, onde os alunos fechavam a Av. Brasil e exercitavam o civismo e o amor à pátria. A dedicação da profª. Lourdes Pithan ao pegar na mão pequenina e auxiliar a escrita das primeiras letras no prédio todo de madeira - que valor teve isto! o entusiasmo do prof. Casquinha (Cláudio Wagner) orientando seus atletas nas memoráveis "batalhas" contra o Conceição, o CENAV e o notre dame, no velho ginásio. Que escola de vida! a musicalidade dos festivais da primavera. As eletrizantes apresentações no Salão Nobre, que era o "palco do mundo". A garbosidade das bandas adulta e mirim nos desfiles da Semana da Pátria. A dedicação e seriedade em educar de centenas de professores de várias gerações, dentre eles, Luiz Spalding, Letícia Wagner, Thalita Mendonça, Lina da Cunha, Beverly e ned Walther. O esforço contínuo e altruísta desses professores formou milhares de vencedores para a vida! O IE é ainda tudo isto. (Jornal O Nacional, 2006)