APAIXONADOS POR SIGLAS (SIM, ELAS ESTÃO POR TODOS OS LADOS : NBA, UCLA, NATO, UN, NASA etc.), BOA PARTE DOS AMERICANOS ESTÃO ADORANDO a novíssima "ABB" (anybody but Bush - qualquer um, menos Bush). Sim, o poderoso presidente da maior nação do mundo enfrenta os mais altos índices de rejeição desde a sua eleição há quase quatro anos. Para dizer a verdade, a maioria dos votantes na última eleição para presidente nos EUA ainda não está recuperada daquela que foi uma vitória do partido republicano obtida por mínima porcentagem de votos na repescagem (lembram-se da confusa e pouco conclusiva recontagem manual dos votos na Flórida?). Os trezentos milhões de americanos (5% do total da população mundial) continuam vivendo como verdadeiros "reis do mundo", já que 47% da economia mundial é deles, 55% de tudo que é produzido no mundo é importado e consumido por eles, 50% do custo da saúde do mundo é gasta somente nos EUA etc. Pois este mesmo país vencedor e conquistador incomoda-se por ter no cargo máximo do seu país este filho de família de magnatas do Texas, ligado a setores de energia e petróleo, cujo pai foi também presidente dos eua no início dos anos 90, o outro George Bush. Talvez aí esteja o maior ponto de conflito para a sociedade americana: ELE JÁ ENCONTROU (QUASE) TUDO PRONTO, ou seja, (quase) não teve emoção conquistar o cargo mais cobiçado daquele país, pois ele trilhou os caminhos mais fáceis do poder e teve por isso uma vida cheia de facilidades, num país onde a maioria tem orgulho em dizer que "saiu do nada e conquistou a América", como aconteceu com milhões de anônimos, e outros menos anônimos como Frank Sinatra, Bill Gates, Michael Jordan, para citar bem poucos. depois de fazer pouco pela economia do país, manter o sistema de saúde caro para os pacientes e mal-pago para médicos e hospitais (este filme não precisa passar aqui!), aumentar gigantescamente o deficit público, invadir o Afeganistão e o Iraque sem a concordância da comunidade internacional e reacender a "síndrome do vietnã", onde diariamente os jornais estampam a lista dos jovens americanos mortos em combate (ver figura em anexo), além de expressar na mídia mundial uma figura absolutamente desprovida de carisma, o atual presidente republicano poderá realizar a façanha de perder a próxima eleição para o senador democrata de Massachussets John Kerry (JK, lembrando o lendário John Kennedy, outro democrata daquele mesmo Estado), que já obteve 12 vitórias em 14 eleições primárias recentemente. Por fim, em ano de campanha eleitoral, vale o que ensina Bernard Baruch: " vote em quem promete menos, pois o desapontamento será menor". Qualquer semelhança desta citação com o que estamos vivendo no Brasil é mera coincidência...! (Matéria publicada no jornal O Nacional, 2004)