Estudo da OMS aponta que riscos de acidentes aumentam 400%
Devido ao trânsito cada vez mais caótico das grandes cidades, dirigir um veículo requer muita atenção. Esse ato se torna extremamente perigoso, se for feito paralelamente a uma conversa no celular, com fone ou sem ele, ou até mesmo no viva voz. Uma pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) revelou que 32% dos motoristas cariocas dirigem e falam ao celular ao mesmo tempo e 28% dos paulistas têm o mesmo comportamento. Alguns até mandam mensagens de texto pelo aparelho enquanto conduzem o veículo.
"Em Porto Alegre, esses números não devem ser muito diferentes, ficando entre 25% e 35% dos condutores", relata Osvandré Lech, Presidente da SBOT. Ainda segundo a pesquisa da SBOT, 48% dos entrevistados passaram por situações de risco, sendo que o uso do celular corresponde a 23% das causas de distração. Além disso, os principais incidentes causados por distração são colisão no carro da frente e atropelamento. "A conscientização é de extrema importância. As pessoas precisam saber o risco que correm ao falar ao celular e dirigir ao mesmo tempo. A pesquisa tem justamente esse papel", completa Osvandré Lech.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,3 milhão de pessoas morrem todos os ano em acidentes de trânsito, ou seja, uma morte a cada 30 segundos. Somente no ano passado, o Sistema Único de Saúde gastou R$ 185 milhões no atendimento a vítimas. Um estudo cognitivo da OMS, que simulou distrações de um motorista, mostrou que o risco de acidente aumenta em até 400%.
A SBOT está envolvida com a ação da ONU e da OMS, sobre a "Década de Ação para a Segurança nas Estradas", que visa incentivar os governos dos países membros a se dedicarem, entre 2011 e 2020, à redução dos acidentes de trânsito. "O envolvimento da SBOT nessa causa obviamente nos deixa atentos a tudo aquilo que causa a perda de vidas. O uso do celular é uma das coisas que devem ser evitadas", aponta Osvandré Lech.